Infelicidade no trabalho atinge 90% das pessoas

Infelicidade no trabalho atinge 90% das pessoas
Carlos Chagas

Você pensa que, para estar feliz no trabalho, é preciso apenas sucesso financeiro? Se a resposta for sim, lamento informar que as pesquisas dizem o contrário. O executivo Fredy Machado fez um levantamento com mais de 300 profissionais, de 21 estados, incluindo 18 brasileiros expatriados com faixa etária entre 26 e 60 anos de idade, e constatou que dinheiro representa apenas um item importante.

Problemas no relacionamento, excesso de cobrança com escassez de reconhecimento e competição exagerada tem atrapalhado a vida de muita gente que ganha bem no mundo corporativo.

Em entrevista à coluna, Fredy Machado falou que os índices de insatisfação e infelicidade no ambiente corporativo são altos. Pela pesquisa, realizada através do aplicativo Survey Monkey, 90% das pessoas estão infelizes no trabalho. Alguns pontos apontados na pesquisa foram comentados pelo autor. O resultado você pode ler abaixo:

 

MUDANÇA NA CULTURA DAS EMPRESAS

Uma reflexão importante feita com base na pesquisa é sobre a cultura das empresas. Fredy Machado ressalta que é preciso mudar a cultura corporativa para melhorar o ambiente e isso não ocorre apenas colocando mesas de pingue-pongue e tobogãs em salas de descanso, mas com mudanças nos procedimentos.

Há uma grande transformação e um choque de gerações dentro das empresas, o que aumenta a tensão. “É preciso valorizar as pessoas”, ressalta ele.

 

AFASTAMENTO DE TRABALHADORES

Na avaliação de Fredy Machado, há muita gente que trabalha apenas pelo dinheiro, mas para muitas pessoas (inclusive empreendedores) o trabalho não faz mais sentido. A situação é tão grave que vem chamando a atenção da Organização Mundial da Saúde (OMS) sobre os casos de depressão no mundo corporativo.

“As empresas hoje gastam em média R$ 206 bilhões anualmente com a depressão de colaboradores”, acrescenta. Essa seria a segunda principal causa mundial de afastamento de profissionais com licenças médicas.

Detalhe: pelo levantamento, das 304 pessoas que responderam a pesquisa e falaram da sua infelicidade, 153 eram empresários; 65 empreendedores; 86 profissionais liberais; 82 executivos e 13 estudantes. Outras 43 pessoas ignoraram a pergunta (que podia admitir mais de uma resposta) sobre a ocupação de cada entrevistado.

 

O levantamento acabou se transformado no livro É Possível se Reinventar e Integrar a Vida Pessoal e Profissional, lançado recentemente pelo selo Benvirá, da Editora Saraiva, e serve de alerta: “É preciso propósito nas pessoas e nas empresas”.

Fonte: Neila Fontenele, Via Jornal O Povo. Publicado em 06/06/2018.